Sergio Anachoreta
Testando a cerveja
Neste artigo vou mostrar uma técnica que está sendo muito utilizada entre os cervejeiros caseiros. O "express carbonator".
E o que é isso?
É uma técnica de carbonatação da cerveja, utilizando-se para isso uma garrafa PET, com o auxílio de um equipamento especial. O Express carbonator.
E qual é o objetivo?
Muita gente pode achar que este equipamento serve pra carbonatar a cerveja e beber, mas eu prefiro dizer que ela serve para dar uma pré-estreia da cerveja e permitir que você tenha um tempo pra definir qual o "tempero" que você vai dar para sua cerveja.
Eu explico!
Certa vez eu fiz 20 litros de cerveja. Como o objetivo era uma IPA, seria importante que ela tivesse um amargor presente. Para isso eu utilizei um extrato de lúpulo que pode ser adicionado à bebida depois de pronta. A questão é: Quanto? Não sei. Só provando.
A ideia é adicionar o extrato antes de carbonatar, mas o ideal seria testar antes para se ter a ideia de quanto colocar. Não queria uma IPA fraquinha muito menos um treco amargo que nem chá de boldo.
Então qual é a ideia?
Carbonatar um litro desta cerveja utilizando uma garrafa PET e o express carbonator. Para isso é necessário um cilindro de CO2 com manômetro, um garrafa PET preferencialmente de refrigerante gasoso, uma mangueira de engate rápido com o conector de gás do tipo ball lock e o adaptador. As garrafas de água sem gás são mais finas que as gasosas e podem se romper quando aplicar a pressão. Por isso as gasosas são mais recomendadas.
O processo é simples.
Utilizando a garrafa PET de 1,5 litros, eu encho até atingir mais ou menos 1 litro. Em seguida coloco o adaptador e aperto a garrafa até que todo o ar saia. Fecho a garrafa com o adaptador. A garrafa vai ficar toda enrugada. Abro o cilindro de CO2 que já estará com a mangueira conectada e coloco um pouco de pressão. (0,5 bar). Conecto o equipamento na garrafa. Imediatamente a garrafa se enche de CO2. Feito isso, aplico a pressão desejada (algo em torno de 1,75 bar) e desconecto.
Agora é hora de usar os braços. Chacoalhe bastante a garrafa. Você vai ver que ela vai murchar um pouco. Isso é porque o CO2 inerido começa a se solubilizar na cerveja. Faça isso por uns 30 segundos e reconecte a mangueira na garrafa. Você vai ver que o CO2 torna a entrar e se estabiliza. Repita essa operação algumas vezes. Eu normalmente faço umas 6 ou 8 vezes. Isso não leva mais que 10 minutos. Já vai estar pronto.
É muito importante que a cerveja esteja bem gelada. Acima de 20 ºC o CO2 não se solubiliza na água e o processo não funciona. Quanto menor a temperatura da cerveja, mais rápida e eficiente é a carbonatação.
Agora vem a segunda parte.
Eu separo de 4 a 5 copos iguais onde vou colocar as amostras de cerveja com as várias dosagens de extrato de lúpulo. Em cada amostra eu coloco 200ml da cerveja porém em cada copo vão 0, 1, 2, 3 ou até 4 gotas do extrato. Assim eu tenho uma ideia de quantas gotas por litro eu estou aplicando. Uma simples regra de três. Proporção seria 0, 5, 10, 15, 20.
Bom, chegou a hora de provar! Aí vai do seu paladar e da sua sensibilidade. Se o copo escolhido ficou entre o segundo e o terceiro, uma dosagem de 7 gotas pode ser o ideal. Mas se foi entre o terceiro e o quarto, algo perto de 12 gotas. Cada um com o seu estilo. No meu caso, achei que 7 gotas por litro seria o ideal. Como foram 18 litros efetivamente aproveitados, eu usei 130 gotas de extrato, que coloquei no postmix antes de introduzir a cerveja.
O resultado... pena que não dá pra passar a amostra da cerveja aqui no site, mas ficou muito boa. Para dar um toque a mais, fiz um "fast dryhop", mas isso é papo pra outro artigo.
Saúde!
Das Bier lança cerveja colaborativa para o Dia das Mães
A Tapfer Frau é uma Catharina Sour desenvolvida em parceria com a cervejaria Borck
Gestoras de cervejarias artesanais, empreendedoras e mães. Dessas coincidências nasceu a parceria entre Larissa Schmitt, da Das Bier, e Michele Borck, da Cervejaria Borck, na elaboração de uma cerveja colaborativa em comemoração ao Dia das Mães.
Larissa destaca:
“Queríamos fazer algo que marcasse a data, que imprimisse a coragem, a valentia, a garra e a doçura do que é ser mãe e assumir múltiplas tarefas tanto no lado pessoal quanto no profissional.”
A colaborativa foi batizada de Tapfer Frau, que significa Mulher Valente, e é uma cerveja no estilo Catharina Sour, único estilo 100% brasileiro, com framboesa e morango, e 4% de volume alcoólico.
Eduardo Rausch, mestre-cervejeiro da Das Bier, explica:
“Assim como a Catharina Sour da Das Bier, a Tapfer Frau também tem uma coloração avermelhada, que chama a atenção. A colaborativa preserva as características do estilo brasileiro, com acidez moderada e um dulçor na medida.”
Foram produzidos cerca de mil litros da bebida – cerca de 400 litros envasados em garrafas de champagne de 750 ml, especialmente escolhidas e que trazem no texto do rótulo uma mensagem que ressalta o poder feminino:
“Para mulheres que têm os melhores ingredientes: amor, filhos e a valentia para desafiar o status quo!”.
Os outros 600 litros foram divididos entre as cervejarias e estarão disponíveis para comercialização nos pontos de vendas de cada uma, em formato de chope.
“Teremos essa colaborativa também no complexo de lazer da Das Bier, integrando a cartela de chopes e cervejas que produzimos na nossa fábrica”, lembra Larissa.
O lançamento da Tapfer Frau será no dia 3 de maio em um evento fechado, na inauguração do Frabrikbar, o bar da Cervejaria Borck.
ESTREIA NO FESTIVAL BRASILEIRO DA CERVEJA
Quem se interessar em provar a Tapfer Frau terá a oportunidade de apreciar a novidade durante o Festival Brasileiro da Cerveja, que ocorre entre os dias 4 e 7 de maio, na Vila Germânica, em Blumenau (SC).
“Teremos essa colaborativa fresquinha no stand da Das Bier, juntamente com os outros rótulos do portfólio, incluindo as premiadas do Concurso Brasileiro de Cervejas”, afirma Larissa.
Fonte: Revista Beer Art
Hoegaarden cria jardim de cerveja no Parque Ibirapuera com degustação
Nos dias 2 e 3 de abril, os visitantes do parque poderão escanear o jardim para ganhar uma witbier.
Com o aumento de visitas a parques e ambientes ao ar livre, a Hoegaarden resolveu dar vida a um jardim em que é possível beber, o Gaarden Code, no maior refúgio verde da cidade de São Paulo, o Parque Ibirapuera.
No próximo final de semana, um grande QR code será instalado em meio a um jardim feito com os ingredientes que compõem a receita da cerveja. Através do código será possível conhecer mais sobre a cervejaria belga e ganhar uma witbier.
"Transformamos a receita da cerveja em jardim com uma ideia que une marca, tecnologia, experiência e produto", destaca Kika Botto, diretora de criação da Media.Monks, responsável pela ativação.
Segundo o levantamento “Parques e a Pandemia - Comportamentos e Expectativas”, produzida pelo Instituto Semeia, entre aqueles que já visitaram parques naturais (66% da população), 57% pretendem frequentá-los mais do que faziam antes da pandemia.
A justificativa para tal intenção reúne um mix dos principais benefícios desse tipo de atividade: principalmente o gosto pela natureza (40%) e aproveitar mais a vida ao ar livre (16%).
O crescimento em visitas a parques foi um dos motivadores da ação da cervejaria. "Queríamos que o consumidor vivesse uma experiência imersiva nos sabores de Hoegaarden. Afinal, Hoegaarden é aromática, frutada e refrescante, é como se houvesse um verdadeiro jardim dentro da nossa cerveja. A diferença é que agora essa sensação vai além da garrafa e todos podem ver um pouco desse jardim engarrafado virar realidade e saborear nossa receita original de um jeito diferente”, comenta Lia Dutra, Gerente de Hoegaarden no Brasil.
Presente em mais de 70 países, a witbier da Hoegaarden contém raspas de casca de laranja, sementes de coentro e trigo cru na receita.
Gaarden Code – Hoegaarden
Dias 2 e 3 de abril, das 10h às 19h
Parque Ibirapuera – Portão 2 (Em frente ao Pavilhão das Culturas Brasileiras)
Entrada gratuita
Märzen - A cerveja do final de março
Märzen é provavelmente uma das primeiras cervejas sazonais de que se tem notícia. Ela era produzida no final de março aproveitando os estoques de lúpulos e cevada colhidos no inverno. A ideia era fazer uma cerveja e deixá-la "armazenada" até o fim do verão, para então refazer a produção. Daí surgiu o termo "Lager", que em alemão significa armazém.
Este armazenamento acontecia de março/abril a setembro/outubro. O processo de estocagem era facilitado por um efeito térmico, onde a poucos metros de profundidade, a temperatura se mantém praticamente constante, entre 14 e 18 ºC, mesmo que do lado de fora esteja 30ºC ou -10ºC. Isso facilitava barbaramente a produção. Numa época onde não se conhecia um processo eficiente de resfriamento, tem um ambiente com temperatura constante era tudo de bom.
Segue abaixo a descrição da Märzen, de acordo com o BJCP 2015
Impressão Geral: Uma maltada Amber Lager alemã, elegante, com um sabor de malte limpo, rico, com notas de pão, tostado, amargor restrito e um final seco que incentiva outro gole. A impressão geral de malte é suave, elegante e complexa, com um rico retrogosto que nunca é enjoativo ou pesado.
Aroma: Moderada intensidade em aroma de maltes alemães, geralmente rica em notas de pão, leve tostado, com suaves notas de casca de pão. Caráter de fermentação limpa de lager. Sem aroma de lúpulo. Aromas de malte caramelo, biscoitos secos ou torrados são inadequados. Pode ser detectada uma nota muito sutil de álcool, mas nunca deve ser acentuada. Uma limpa e elegante riqueza de malte deve ser o aroma primário.
Aparência: Âmbar alaranjado a cobre avermelhado profundo, não devendo nunca ser dourada a cor. Transparente e cristalina, brilhante, com colarinho em tom bege clarinho, persistente.
Sabor: Malte inicial muitas vezes sugere dulçor, mas com um final moderadamente seco a seco. Maltado destacado, complexo e distintivo, muitas vezes remetendo a pão tostado. O amargor de lúpulo é moderado e o sabor de lúpulo é de moderado-baixo a nenhum (tipos alemães: complexos, floral, herbal ou condimentado). O lúpulo proporciona equilíbrio suficiente para que o paladar maltado e o final não pareçam ser doces. O retrogosto é maltado, com os mesmos ricos sabores elegantes de malte persistindo. Notas evidentes de caramelo e biscoito ou sabores torrados são inadequados. Perfil de fermentação limpa de lager.
Sensação de Boca: Corpo médio, com uma textura suave e cremosa que muitas vezes sugere uma sensação de boca mais cheia, de uma cerveja mais encorpada.
Carbonatação média. Completamente atenuada, sem uma impressão doce ou enjoativa. Pode ser um pouco aquecedora, mas a intensidade do calor alcoólico deve permanecer relativamente encoberta.
Comparação de Estilos: Não tão forte e rica como um Dunkles Bock. Apresenta mais profundidade e riqueza de malte que uma Festbier, com um corpo mais pesado e um pouco menos lúpulo. Menos lupulada e igualmente maltada que uma Czech Amber Lager.
Estatísticas Vitais:
OG: 1.054 – 1.060
FG: 1.010 – 1.014
IBUs: 18 – 24
SRM: 8 – 17
ABV: 5.8 – 6.3%
O Smart Mash
Não poderia iniciar a série de posts sobre tecnologia cervejeira com outro produto que não fosse o Smartmash.
Graças a este aparelho, hoje eu faço cerveja com a maior tranquilidade e tenho tempo de fazer outras coisas enquanto o aparelho faz o resto.
Atualmente o Smartmash pode ser encontrado na versão gás e elétrica. Eu tenho a versão a gás.
A finalidade básica do aparelho é fazer o controle das rampas de temperatura garantindo que a mostura tenha o tempo e a temperatura desejada. Você pode utilizá-lo também para administrar a lavagem e a fervura, mas eu não uso assim. Para usá-lo, você tem que instalar o aparelho na linha de gás, ou seja, o gás entra no aparelho, que, por sua vez, vai alimentar o fogareiro. Para melhor controle da chama, o fogareiro deve ser do tipo “caga-fogo” e deve ser mantido abrigado do vento, afim de diminuir a possibilidade de ser apagado. Não instale o aparelho próximo das zonas de calor. A capa é de plástico e altas temperaturas podem alterar as medidas ou até danificar o mecanismo.
O aparelho é alimentado por um carregador que acompanha o produto, mas pode ser substituído por um do tipo celular comum, que tenha pelo menos 2A de corrente. Se você quiser garantir o funcionamento mesmo em caso de falta de energia elétrica, sugiro instalar um carregador flash tipo power pack de celular para funcionar como um no-break.
Além disso, o aplicativo permite o gerenciamento de várias receitas, onde você pode definir as rampas de brassagem, lavagem e fervura.
Como recurso adicional, o aplicativo tem um módulo de calculadora com várias funções úteis.
O modulo de configuração permite acertar os parâmetros básicos do aparelho.
O aparelho se comunica com um celular ou tablet por bluetooth, e os comandos são enviados no início, de modo que mesmo perdendo comunicação com o celular, o processo continuará. Você pode desligar o celular e reconectá-lo posteriormente, que o aplicativo se comunicará com o aparelho e recuperará a situação. Depois de iniciado, o celular serve apenas de monitoramento. O processo funciona de forma autônoma pelo aparelho e não depende do celular.
Tem mais uma coisa que é super importante: O produto é TOTALMENTE NACIONAL. Tanto o software quanto o hardware.
Eu tenho o aparelho desde 2018 e sempre tive um atendimento muito bom em todas as minhas demandas.
Vamos ver cada um deles.
O primeiro deles é um conjunto de ferramentas de cálculo bastante interessantes. Experimente cada uma delas para ver sua utilidade.
O segundo comando é para acessar o aparelho. Você deverá ter o bluetooth e o GPS ligados. Caso você reinicie o celular no meio da brassagem ou tenha perdido a comunicação com o aparelho, basta entrar neste módulo e reconectar. O aplicativo irá se atualizar com o aparelho permitindo o monitoramento deste ponto em diante.
Receitas
Neste módulo você vai cadastrar as suas receitas. O sistema já vem com várias receitas cadastradas, e você pode cadastrar as suas. Não há limite de receitas.
Eu utilizo este módulo basicamente para cadastrar os tipos de rampa sem me importar muito com os ingredientes.
Você pode inserir também as cargas de lúpulo com os respectivos horários. Eu não uso essa função, e mais para frente vou explicar o porquê.
Com relação à mostura, eu sempre começo com uma etapa de 50 graus que dura 1 minuto, apenas para que o processo pare e eu possa arriar o malte e fazer o ajuste do pH. Não é aconselhável expor o pHmetro a uma temperatura acima de 50 graus.
Outra coisa que eu faço é inserir uma rampa de mashout com pelo menos 20 minutos. Com isso eu aproveito esta etapa para fazer a lavagem dos grãos.
Vale lembrar que eu uso uma cozinha de 3 panelas, sendo água, mostura e fervura, com recirculação contínua. Uma vez escolhida a receita, você deve carregá-la. Isso fará a transferência das informações para o aparelho.
Mostura
Esta é a etapa principal do aplicativo.
Com a receita carregada, o aplicativo vai acompanhar o processo. Inicialmente você vai regular alturas de fogo baixo e alto. Lembre-se que o Smartmash não acende o fogo então você deverá regulá-lo de forma que o mínimo ainda mantenha a chama acesa, mesmo que baixinho.
Não esqueça de colocar o sensor de temperatura dentro da panela para que o aparelho possa fazer as leituras.
Se você usa gás de botijão, é importante que você veja se há gás suficiente para fazer a mostura. Trocar o botijão no meio do processo desregula totalmente o aparelho. Além disso você pode ter dificuldade de atingir temperaturas mais altas no final do processo, se a pressão no botijão estiver baixa.
No término dos processos, o aparelho automaticamente corta o fornecimento de gás. Caso você queira fazer a lavagem ou a fervura com o Smartmash terá que carregar a receita novamente.
Como eu uso 3 panelas, é um fogareiro para cada uma. Eu instalei a válvula Smartmash na panela de mostura e com isso a de fervura não tem controle. Dos males, o menor já que fervura é fervura, né.
Iniciou a fervura, é só contar o tempo. Eu uso o Brewsfather para auxiliar no controle do tempo. Num próximo artigo, vou falar do Brewsfather, e mostrar como funciona.
Configuração
Este módulo permite acertar vários parâmetros. Os principais são:
Termômetro, que embora já venha calibrado, pode apresentar diferenças de medição para mais ou para menos. O sensor de vazamento de gás, que fecha a válvula caso o aparelho "sinta" cheiro de gás. Você pode regular a sensibilidade disso. Eu já tive esse problema e é muito bom.
Temperatura de ebulição. Moro em Petrópolis, aqui estamos a 900 metros acima do nível do mar e a água ferve perto de 97ºC.
Alerta de temperatura. Se a temperatura da rampa ultrapassar este limite, o celular emite um alerta para que você possa esfriar a mostura.
Tolerância da temperatura alvo, ou seja, a faixa que o sistema irá aceitar que a temperatura alvo já foi atingida, para prosseguir na rampa.
Idioma, número de aparelhos e outros parâmetros que eu nunca mexi.
Em resumo
Para quem faz cerveja em casa , ter um equipamento que auxilie no processo é tudo de bom. Se você utilizar um equipamento com recirculação contínua, então, nem se fala, pois a coisa fica praticamente automatizada, sendo regulada no início e pronto. O Smartmash permite que você controle o seu processo usando o equipamento que você já tem.
Para mais informações sobre o produto acesse https://www.smartmash.com.br/
Para se aproximar mais do público, Matisse inaugura bar que homenageia a arte
A Matisse é uma cervejaria que tem sinalizado, ao longo da sua trajetória, o cuidado em homenagear as artes plásticas em seus rótulos, além do desejo de se manter próxima ao consumidor. Essas duas características estarão estreitadas a partir do próximo sábado, quando o bar da Matisse será inaugurado em Niterói (RJ).
Les Fauves é o nome do espaço, localizado na Vila Cervejeira da cidade fluminense, e também o termo, utilizado inicialmente de forma pejorativa, para se referir ao que seria reconhecido como o Fauvismo, movimento artístico do início do século XX que tinha Henri Matisse, homenageado pela cervejaria em sua identidade, como um dos expoentes.
“Les Fauves (do francês) significa ‘os feras’, mas também é o nome de uma tendência artística associada à pintura, que teve início no ano de 1901, na França, com Henri Matisse e outros pintores contemporâneos. Tinha como característica principal o uso de cores puras, sem misturas e intensas”, explica Mario Jorge, sócio-fundador da Matisse.
No bar, o público terá acesso a 20 torneiras, com várias das mais conhecidas cervejas da Matisse, além de novidades e cervejas maturadas em barril de madeira, assim como rótulos de marcas convidadas. Também estarão plugadas duas opções não alcoólicas, a água tônica e o ginger ale, ambos de produção artesanal, que vão compor alguns dos drinques oferecidos pela casa.
Ao comentar sobre as opções que estarão à disposição do público, Mario Jorge destaca que será possível contar com cervejas que dificilmente poderiam ser oferecidas se a Matisse não tivesse o seu bar. “Teremos um espaço para plugar todas as nossas cervejas, mesmo as mais especiais, envelhecidas em barril de madeira e produzidas com ingredientes especiais, que acabam sendo caras para revenda e o público em geral tem poucas oportunidades de experimentar”, comenta.
A cozinha do bar da Matisse será comandada pelo chef Ruann Bravo, responsável por um cardápio que terá os tradicionais petiscos de boteco e algumas inovações da casa. Além disso, haverá petiscos veganos produzidos pela chef Mari Menezes, do Restaurante Aluá, e pratos tradicionais da culinária internacional.
A Matisse precisou encarar o desafio de construir o bar durante a pandemia do coronavírus. Algo que também levou os seus responsáveis a prepará-lo com espaços amplos e abertos. Assim, as mesas são posicionadas com o espaçamento necessário ao atendimento dos protocolos sanitários. Um cenário que se repete nos espaços internos, com dois andares. No total, o bar da Matisse tem capacidade para 80 pessoas sentadas, com 70m de área coberta para os clientes, além da sua área externa.
“Foi um grande desafio, porque a obra envolve muitas pessoas e com os protocolos de segurança para prevenção da Covid eu tinha que ficar administrando o pessoal para que não tivesse muita gente na obra ao mesmo tempo. Além disso, a pandemia provocou falta de alguns materiais, principalmente os que são de aço, pois não os encontrava ou estavam muito caros”, relembra Mario Jorge.
A inauguração do Les Fauves (https://www.instagram.com/lesfauvestapbar/) foi no dia 05 de março. O bar da Matisse na Vila Cervejeira de Niterói fica na rua Professor Heitor Carrilho, 250, no centro da cidade. O espaço, que contará com apresentações musicais, também é visto pelos profissionais responsáveis por ela como uma oportunidade de encontro com o público para falar sobre o que os mais inspira: cerveja, arte e as relações que elas propiciam.
“É o que mais gostamos de fazer, conversar com os clientes, ouvir feedback, falar sobre as cervejas, os ingredientes, as histórias por trás dos nomes e das artes que compõem a identidade visual da cervejaria, do bar e dos rótulos”, conclui Mario Jorge.
Fonte: Guia da Cerveja
Copos e mais copos
Muita gente não dá valor a ele e acredita que é só um lugar para colocar o líquido, mas o copo é um complemento fundamental na arte de degustar uma bebida.
Tá certo que você pode beber sua cervejinha em copo descartável ou até mesmo de geleia, mas vamos combinar que não é a mesma coisa, pois o copo, embora muitas pessoas não saibam, pode influenciar bastante nas sensações obtidas ao beber, em especial uma cerveja.
Um dos crimes contra a cerveja é bebê-la no gargalo, pois isso impede sentir o aroma e o gosto do colarinho. Para isso, foram criados os copos e existe um para cada tipo de cerveja.
Americano
O famoso "copo de boteco" tem 190ml e é ideal para cervejas leves como American lager e Pilsen
Cálice
Ideal para apreciar as aromáticas cervejas belgas, o cálice - também chamado de Goblet possui uma boca larga que possibilita a maior percepção dos aromas. Costuma ser adornado com bordas douradas
Cilíndrico
Recomendado para cervejas como Kölsch e Altbier, possui um formato fino e reto e facilita a formação de espuma
Lager
Clássico “copo de chope”, possui formato alongado que facilita a formação de creme e é indicado para as lagers
Caldereta
Copo bastante versátil, a caldereta tem um pouco mais de 300ml e pode servir IPAs, lagers escuras, Porters e Stouts
Flauta
Comumente utilizada para beber espumantes, a flauta é um tipo de taça ideal para cervejas champegnoises, Lambic e Gueuze pois mantém a carbonatação por mais tempo
Pilsen
Ideal para estilos como Pilsner e American Lager, é bastante semelhante ao copo Lager, mas não possui a boca levemente fechada.
No Brasil é popularmente chamado de tulipa
Mass
Podendo conter até 1 litro, o típico caneco de chope alemão é um clássico de festivais e da Oktoberfest. Por ser bastante espesso, ajuda a manter a temperatura da bebida
Pint
No Reino Unido o pint tem 568ml e é usado como unidade de medida para as cervejas. Já a versão arecina do pint tem 473ml. Pode servir cervejas de estilos como IPA, Session IPA, Stout, Porter e Bitter
Snifter
Também conhecido como "taça de conhaque", possui uma base larga e uma boca mais estreita que permite capturar melhor o aroma de cervejas de estilos como Barley Wine e Stout
Tulipa
Semelhante ao snifter mas com a boca virada para fora, a tulipa permite a expansão dos aromas e é indicado para cervejas de estilos como Belgian Strong Ale
Pokal
O copo Pokal é um dos mais versáteis na hora de servir diferentes estilos de cerveja. Tem boca estreita e fundo arredondado e sua principal indicação é para cervejas mais carbonatadas
Weizen
Tem as características necessárias para a apreciação das cervejas de trigo: a capacidade de mais de 500ml abarca o conteúdo de uma garrafa inteira, mantendo tanto as leveduras do fundo quanto a boa formação de espuma
Tumbler
Espesso e pesado, o tumbler possui capacidade aproximada de 400ml e é indicado para cervejas do estilo Witbier, que por não possuírem retenção de espuma, não necessitam de compos com boca estreita
Nota: Chopp ou do alemão shoppen, era uma unidade de medida de volume utilizado na Alemanha que correspondia a mais ou menos 500 ml, equivalente a um copo comum de cerveja da época.
No Brasil chama-se de chope a cerveja que não passa pelo processo de pasteurização. Neste caso, tecnicamente falando, o que o cervejeiro artesanal faz é chope e não cerveja.
Duas, três ou quatro panelas
As próximas configurações requerem um pouco mais de gasto pois você terá panelas específicas para coisas específicas.
Duas panelas
Neste caso, ao invés de usar um saco utilizaremos um filtro chamado bazuca que tem a finalidade de reter os grãos e permitir que somente o mosto saia pela torneira. Como os grãos estão em contato direto com o fundo da panela é aconselhável que se mantenha a mistura em movimento sempre que o fogo estiver aceso. Ao final da mostura, faz-se a transferência do líquido para outra panela que será utilizada para a fervura.
Você pode fazer a lavagem dos grãos utilizando uma água previamente aquecida e jogar por cima do malte. Evite concentrar o fluxo em um lugar só.
Uma outra opção é utilizar um fundo falso. Neste caso você não poderá deixar o líquido parado no fundo sob pena dele caramelizar e para isso será necessário a utilização de uma bomba de recirculação. Você pode usar uma dessas bombinhas de máquina de lavar que suportam temperaturas mais altas, mas o ideal é uma bomba específica, podendo ser de inox ou plástico alimentício. Essas bombas são facilmente encontradas no mercado.
Importante
Faça com que o líquido, ao voltar para a panela, não caia somente em um lugar. É conveniente fazer um chuveiro, observando e cuidando para evitar entupimentos. A vantagem deste método é ter o mosto filtrado durante o cozimento gerando cervejas bem menos turvas no final.
Por estar o tempo todo recirculando, não há necessidade de ficar mexendo o mosto durante todo o tempo, e assim ficando o cervejeiro com a tarefa de apenas controlar a temperatura.
Smartmash
Este é um aparelho fantástico que uso há quatro anos, para fazer o controle da temperatura. Você programa a receita com as rampas de temperatura e o aparelho faz todo o resto com muita segurança. É muito bom. Vale a pena!
A terceira panela, a de água, que embora já possa estar sendo usada no processo, agora oficializamos e incluímos no conjunto. Na cozinha de quatro panelas a mostura é feita com um agitador para aumentar a eficiência e depois toda a mistura é levada para uma panela de filtragem onde pode ficar por até duas horas filtrando. Ao final da filtragem o líquido é enviado para a fervura, pra terminar o processo.
Eu tenho uma cozinha de três panelas, sendo 50 litros para água, 60 litros para mostura e 70 listros para fervura. Isso me permite fazer até 60 litros de cerveja por brasagem, sem diluição.
Na panela de mostura, além do fundo falso, eu uso uma malha ortopédica de 30 cm para reter os grãos. Isso diminui a possibilidade de entupimento e facilita a retirada dos grãos no final.
Minhas brasagens são, normalmente, de 50 litros, já que esta é a capacidade do meu fermentador.
Ein prosit!
Kit gás
Num kit a gás você pode ter várias configurações, desde uma panela até quatro. Eu uso uma configuração de três panelas. Vamos a elas.
Uma panela - BIAB
Esta e a configuração mais simples chamada de BIAB ou Brew In A Bag. Cozinhar num saco.
Você utiliza um saco fechado (brew bag) que pode ser de voil ou malha ortopédica. Eu prefiro a malha ortopédica ser mais barata e descartável. Serve para filtrar e jogar o bagaço fora. O tamanho da panela vai determinar a quantidade de cerveja que você vai fazer. Coloque sempre um pouco acima, pois a água aumenta de volume quando aquece (4%) e você perde muito líquido no fundo e na evaporação. Então para fazer 10 litros sugiro uma panela de 15 litros.
Se o seu gás é de rua, não adianta comprar uma panela maior que 25 litros. Você vai ter muita dificuldade para ferver isso. Eu comprei um de 32 e tinha que usar 2 bocas do fogão.
Você vai precisar se um termômetro para controlar a temperatura. Eu sugiro um daqueles eletrônicos de R$ 25,00 que você coloca dentro do mosto e cola ele na parede para acompanhar.
Durante o cozimento você deve manter a temperatura constante. Para melhor aproveitamento é bom você ficar mexendo a mistura. Isso facilita que a água passe pelos grãos. Além disso, se o fogo estiver aceso, não pare de mexer, pois caso contrário você pode acabar caramelizando o mosto, que não seria bom.
Ao final da mostura, retire o saco da panela para deixar somente o líquido. Você pode fazer a lavagem dos grãos para tentar tirar mais açúcar. Não se esqueça de verificar o nível de água da panela antes da fervura.
Você pode instalar uma torneira para facilitar a retirada do líquido ou usar o auto sifão e tirar o mosto por cima. Isso permite que você não fure a panela. Caso opte por furá-la eu sugiro que o faça conforme a foto que eu coloquei. Isso facilita segurar a panela caso você queira tombá-la para extrair uma maior quantidade de líquido.
As outras configurações de panelas veremos nos próximos posts.
Saúde!
Kit elétrico
Se você achou de montar seu kit, parabéns. Espero que este artigo venha a auxiliar você na escolha. Neste artigo vou falar sobre máquinas elétricas.
Como falei no artigo anterior, máquinas elétricas são boas para pouco espaço e pequenas quantidades, de até 25 litros. Antes de comprar você deve considerar algumas coisas.
Todas as máquinas que conheci são 220V. Se na sua casa não tem isso, você tem a opção de adquirir um transformador de 110 para 220. Isso vai aumentar o seu custo mas, é uma solução.
Elas se intitulam single vessel. Uma panela, mas não são iguais.
Todas possuem um controlador onde a receita é inserida de forma a determinar quais temperaturas deverão ser atingidas e durante quanto tempo. Todas trabalham por recirculação contínua, ou seja, existe uma bomba que força a circulação da água pelo malte para ativar o cozimento. Isso evita ter que ficar mexendo a panela o tempo todo. Além disso, na medida em que o líquido vai passando pelos grãos, este vai sendo naturalmente filtrado, onde a casca do malte funciona de filtro. Ao final da brassagem você já tem uma cerveja límpida, pulando assim a etapa de filtragem.
Algumas máquinas, como a Beerbrew, utilizam recirculação positiva (de cima para baixo) e outras como a Beermax, fazem a reversa (de baixo para cima).
Especialistas afirmam que a circulação reversa traz mais eficiência na mostura. Já a positiva facilita a filtragem dos grãos e a cerveja fica mais límpida. Outra coisa que você deve se atentar é o material que a panela é feita, se alumínio ou aço inox. O inox 304 é sempre mais resistente e durável. Já o 201 pode apresentar falhas e ser menos resistente à abrasão. O alumínio utilizado na Beermax é de qualidade alimentícia.
Ao final do processo de mostura você terá que retirar o malte de dentro da panela para poder ferver e isso pode ser complicado se você tiver mais de 6 kg na panela. Lembre-se que ele estará encharcado e com isso seu peso quase dobra. Além do peso tem a temperatura que estará por volta de 80 graus. Encostar a panela nessa temperatura não é agradável.
Existem equipamentos para mais de 25 litros, mas esta etapa vai necessitar de uma ajuda para tirar o malte. A maioria deles possui um aparelho para retirar o cesto.
Na maioria dessas panelas não se faz lavagem dos grãos. Toda a água é inserida no início do processo e quando o cesto é levantado, apenas deixa-se escorrer. Para se ter uma ideia, a Beermax 25 possui uma panela de 40 litros pois para fazer os vinte e poucos litros você terá que colocar 6 kg de malte e praticamente 34 litros de água. Uma boa parte fica retida nas cascas e outra boa parte evapora durante a fervura.
Pode-se fazer a mostura com menos água e posteriormente lavar os grãos para retirar o máximo de açúcar possível. Neste caso, você terá que aquecer a água de lavagem de alguma maneira, pois só há uma panela pra tudo.
O tempo total de produção gira em torno de quatro horas e por ser apenas uma panela o processo de limpeza costuma ser muito rápido.
Após a fervura você terá que esfriar o mosto. A Beermax já vem com um pequeno chiller pra isso, mas o ideal é usar um com pelo menos 15 metros de comprimento. Há outras opções de resfriamento, e falaremos disso mais tarde.
Você consegue comprar um equipamento desses a partir de R$ 2.500,00 a R$ 4.000,00. Procure, analise e estude bem antes de começar a gastar.
Saúde!