Terça, 01 Novembro 2022 11:44

APA da eleição

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IPA. Esse é certamente o estilo preferido de 10 entre 10 cervejeiros raiz. O cervejeiro raiz gosta de rock & roll, churrasco na brasa e IPA para acompanhar. E se não estiver bem amarga, não serve.

Eu até já fui muito fã de IPA, mas agora confesso estar mais light. A vida por si só já traz muitas amarguras e a gente não precisa acrescentar mais.  De toda maneira, um pouquinho de amargor cai bem e por isso eu curto muito a APA.

A última que fiz foi a APAPORRA que levou uma boa dose de alecrim. Quem provou, aprovou e disse até que o "alecrim não mandou recado, compareceu pra valer"!

Desta vez pretendia fazer algo diferente e por conta disso resolvi não usar a mesma receita.

O estoque de S-04 não iria servir. Acabei usando toda a levedura virgem na APAPORRA e a que retirei do maturador estava escura demais para usar. Além disso, iria trazer um gosto de torrado que eu não queria.

Para economizar um pouquinho achei de utilizar uma levedura especial chamada de "Blessed Lady" ou como é mais conhecida no Brasil, Dona Benta. Eu tenho varias delas porque faço pão com elas. É uma levedura ale que não costuma trazer muitos esteres, mas por ser uma APA, mesmo se trouxesse não seria crítico. Eu cheguei até a fazer uma experiência de 22 litros no fogão de casa usando ela e o resultado foi muito agradável. 

Como a levedura é barata eu não fiz starter e achei de usar 3 saches para os 40 litros. O smartmash ainda não tinha voltado da manutenção e teria que fazer o controle de temperatura de forma manual mesmo.

Mostura sem grandes contratempos, a não ser pela troca do botijão.  É interessante como ele sempre acaba quando a gente está usando.  Se estivesse usando o smartmash iria desregular o fogo, mas nada que não se resolvesse na hora.

No resfriamento, mais uma vez exagerei, deixando o mosto baixar para 19 graus.  Desta vez eu forcei subir pra 20,5 porque certamente a levedura suportaria.

No dia seguinte pela manhã o airlock já apresentava plena atividade.  O Ispindel apresentou uma divergência mas corrigi no parâmetro linear do Brewfather.  Acho que vou ter que refazer a calibragem. No final da  fermentação ele apresentava uma densidade muito baixa, bem menor que a realidade apresentou.

Passados os sete dias de fermentação, tirei para os baldes gerando dois de 17 litros e um de 6, totalizando 40 litros. A cerveja saiu de 1.049 e chegou a 1.011, trazendo um ABV de 5.0%. Apliquei o prodooze sc1 como de costume, usando uma taxa de 0,5 gramas por litro. 

Quatro dias depois, ia ter um encontro de cervejeiros em Petrópolis e eu engarrafei os 6 litros iniciais. A cerveja não estava muito límpida, mas certamente iria melhorar com um tempo maior de maturação. Quem provou achou que estava mais para um Pale Ale que para uma American Pale Ale.  Faltou um pouco de amargor.

Realmente. Umas gotinhas de tetrahop 9% podem resolver isso.  Quando for engarrafar os 17 litros, cuido da saúde dela. E assim foi feito. Para 17 litros, numa taxa de três gotas, daria 51 e para quatro, 68.  Eu apliquei 60 gotas.

Além disso, achei se fazer um express dryhop com 25 g de Sabro. Essa é uma técnica que tenho usado há bastante tempo e tem dado um bom resultado. Para maiores detalhes clique sobre o processo clique aqui.

Depois da carbonatação, o segredo é deixar descansar por 24 horas. Os sólidos decantam e a cerveja volta a ficar límpida.

Engarrafadas as primeiras doze ampolas, notei que as 60 gotas de tetrahop e o amargor do dryhop fizeram da minha APA se aproximar de uma IPA.  O amargor ficou bem presente mas não agressivo. Para os outros 17 litros pretendo fazer apenas o dryhop pois o aroma ficou espetacular.

Segue aqui o link para download da receita em pdf e beerxml.

Prost!

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