Witbier. Eu adoro este estilo!
É seguramente o estilo de cerveja a base de trigo que eu mais gosto. Refrescante, aromática, saborosa... É um espetáculo. Inclusive eu faço uma que fica muito boa.
Em comemoração ao dia dos namorados, nada melhor que uma bela Witbier! É, mas nem tudo rola como deveria e eu vou contar o que aconteceu.
A coisa começou não funcionando bem na quinta feira, quando achei de fazer o starter de uma T-58 usada para fazer a segunda Witbier desta cepa. Esta foi feita em outubro de 2021 após passar mais de 10 meses adormecida no freezer. Sete meses apenas após o sucesso da Wit do ano passado, coloquei como de costume o starter para iniciar e 24 horas depois, nada aconteceu! A levedura não deu nenhum sinal de vida e a densidade do starter não baixou nem um pontinho! Mal presságio! Resultado. Comprei dois pacotes de T-58 novinhos.
Eu função dos problemas que eu tive de sedimentos com a Red Ale de São João, achei por bem de aumentar a capacidade de filtração do meu equipamento. Com isso, além do tradicional saco feito com malha ortopédica para o BIAB eu revesti a placa do fundo falso com a malha também, gerando com isso mais 2 elementos filtrantes. (Um por cima da placa e outro por baixo dela)
Para minimizar o efeito de chafariz que o pires colocado na tampa da panela de mostura, que fez com que a o mosto descesse pela lateral da panela, eu coloquei um pedaço malha. Com isso o mosto passou a cair verticalmente, me permitindo inclusive abrir a tampa da panela durante a mostura sem ter que desligar a bomba.
A única coisa que eu não pensei foi que, cada elemento deste é um retentor de material e com isso, quando no final da mostura eu tirei o famoso "primeiro mosto", que costuma dar perto de 15 BRIX, o dito apresentava apenas 9 BRIX. Eu disse 9 BRIX no primeiro mosto, antes da lavagem! Isso dá aproximadamente 1.040 antes de lavar. Já pensou a quanto iria depois da lavagem?
A essa altura do campeonato não havia mais nada que eu pudesse fazer a não ser tentar espremer a cama de grãos pra ver se conseguia um pouco mais de suco. Como último recurso eu adicionei 1 Kg de açúcar e consegui atingir uma OG 1.042, quando o projetado sem o açucar era 1.048.
Passei para o fermentador e coloquei os dois pacotes de T-58. Levedura nova, mosto de densidade baixa... Tranquilo né. Não mais que dois dias foram necessários para atingir 1.010, porém esta fermentação foi espichada para sete dias por falta de espaço no freezer. Eu ainda estava com os baldes da Red Ale de São João e não tinha como transferir os 45 litros produzidos.
Ninguém gosta de falar de seus erros mas vai aqui um alerta. Com toda a falta de filtração que a Red Ale de São João teve, tudo foi solucionado na fermentação/maturação. Já esta WitBier ficou linda! Super transparente... Mas o trigo, que a deixaria turva, ficou todo retino nas várias camadas filtrantes da mostura e com ele foi-se o sabor da cerveja. é nessa hora que você descobre que sabor é melhor que aparência. Para dar um pouquinho mais de aroma eu adicionei algumas gotas de essência comestível de limão e para dar um pouco de amargor, umas gotas de extrato de lúpulo Dupappi , no sabor MARACA (maracujá). Se você abstrair o fato de originalmente ter sido projetada para ser uma Witbier, ela não ficou ruim. Leve, ligeiramente amarga e com um leve toque cítrico. Ms pra Witbier... vai uma distância muito grande.
Sorte minha que a minha esposa (namorada) não gosta de cerveja porque seria complicado dizer que fiz isso pelo dia dos namorados. Um tremendo mico.
Segue a receita original da Witbier