Sergio Anachoreta

Sergio Anachoreta

Terça, 01 Novembro 2022 11:44

APA da eleição

IPA. Esse é certamente o estilo preferido de 10 entre 10 cervejeiros raiz. O cervejeiro raiz gosta de rock & roll, churrasco na brasa e IPA para acompanhar. E se não estiver bem amarga, não serve.

Eu até já fui muito fã de IPA, mas agora confesso estar mais light. A vida por si só já traz muitas amarguras e a gente não precisa acrescentar mais.  De toda maneira, um pouquinho de amargor cai bem e por isso eu curto muito a APA.

A última que fiz foi a APAPORRA que levou uma boa dose de alecrim. Quem provou, aprovou e disse até que o "alecrim não mandou recado, compareceu pra valer"!

Desta vez pretendia fazer algo diferente e por conta disso resolvi não usar a mesma receita.

O estoque de S-04 não iria servir. Acabei usando toda a levedura virgem na APAPORRA e a que retirei do maturador estava escura demais para usar. Além disso, iria trazer um gosto de torrado que eu não queria.

Para economizar um pouquinho achei de utilizar uma levedura especial chamada de "Blessed Lady" ou como é mais conhecida no Brasil, Dona Benta. Eu tenho varias delas porque faço pão com elas. É uma levedura ale que não costuma trazer muitos esteres, mas por ser uma APA, mesmo se trouxesse não seria crítico. Eu cheguei até a fazer uma experiência de 22 litros no fogão de casa usando ela e o resultado foi muito agradável. 

Como a levedura é barata eu não fiz starter e achei de usar 3 saches para os 40 litros. O smartmash ainda não tinha voltado da manutenção e teria que fazer o controle de temperatura de forma manual mesmo.

Mostura sem grandes contratempos, a não ser pela troca do botijão.  É interessante como ele sempre acaba quando a gente está usando.  Se estivesse usando o smartmash iria desregular o fogo, mas nada que não se resolvesse na hora.

No resfriamento, mais uma vez exagerei, deixando o mosto baixar para 19 graus.  Desta vez eu forcei subir pra 20,5 porque certamente a levedura suportaria.

No dia seguinte pela manhã o airlock já apresentava plena atividade.  O Ispindel apresentou uma divergência mas corrigi no parâmetro linear do Brewfather.  Acho que vou ter que refazer a calibragem. No final da  fermentação ele apresentava uma densidade muito baixa, bem menor que a realidade apresentou.

Passados os sete dias de fermentação, tirei para os baldes gerando dois de 17 litros e um de 6, totalizando 40 litros. A cerveja saiu de 1.049 e chegou a 1.011, trazendo um ABV de 5.0%. Apliquei o prodooze sc1 como de costume, usando uma taxa de 0,5 gramas por litro. 

Quatro dias depois, ia ter um encontro de cervejeiros em Petrópolis e eu engarrafei os 6 litros iniciais. A cerveja não estava muito límpida, mas certamente iria melhorar com um tempo maior de maturação. Quem provou achou que estava mais para um Pale Ale que para uma American Pale Ale.  Faltou um pouco de amargor.

Realmente. Umas gotinhas de tetrahop 9% podem resolver isso.  Quando for engarrafar os 17 litros, cuido da saúde dela. E assim foi feito. Para 17 litros, numa taxa de três gotas, daria 51 e para quatro, 68.  Eu apliquei 60 gotas.

Além disso, achei se fazer um express dryhop com 25 g de Sabro. Essa é uma técnica que tenho usado há bastante tempo e tem dado um bom resultado. Para maiores detalhes clique sobre o processo clique aqui.

Depois da carbonatação, o segredo é deixar descansar por 24 horas. Os sólidos decantam e a cerveja volta a ficar límpida.

Engarrafadas as primeiras doze ampolas, notei que as 60 gotas de tetrahop e o amargor do dryhop fizeram da minha APA se aproximar de uma IPA.  O amargor ficou bem presente mas não agressivo. Para os outros 17 litros pretendo fazer apenas o dryhop pois o aroma ficou espetacular.

Segue aqui o link para download da receita em pdf e beerxml.

Prost!

Segunda, 10 Outubro 2022 11:06

Express Dryhop

Express dryhop e uma técnica que desenvolvi para fazer dryhop na cerveja durante o processo de carbonatação.

Este processo consiste em colocar certa quantidade de lúpulo num recipiente por onde faço passar a cerveja. Este recipiente é um filtro de plástico de 10 cm de altura onde eu troco o elemento filtrante por uma bazuca pequena de 10 cm também e forro com um saco de voil. A extração dos aromas do lúpulo é feita pela passagem da cerveja pelo equipamento aproveitando o CO2 que está sendo introduzido durante o processo de carbonatação.

Vale lembrar que a carbonatação eu faço utilizando uma bombinha. Este processo está esta melhor explicado no artigo fast carbonator. 

A alteração no processo é simples.  Eu incluo o filtro no circuito, entre a saída da bomba e a entrada de gás do portmix/barril.  Para este processo eu utilizo 25 gramas do lúpulo em pellet para o filtro de 10 cm. Ja testei uma vez com 50 gramas mas não deu certo.  O lúpulo hidrata demais e entope tudo.

O processo de carbonatação leva de 60 a 90 minutos e eu acho que o tempo é suficiente para dar o aroma interessante, mas se você quiser deixar mais tempo, não tem problema.  Após atingir o limite de solubilidade do CO2 na cerveja, não entra mais.  Com isso não se corre o risco de supercarbonatar a cerveja.

Por conta da presença do lúpulo a taxa de retenção de espuma vai subir bastante. Você vai notar isso logo no primeiro copo.

Outra coisa que aconselho é fazer a carbonatação e deixar descansar por pelo menos 24 horas. Mesmo com a bazuca e o voil, a possibilidade de passar um pouco de lúpulo para a cerveja é grande.  Em 24 horas em ambiente refrigerado, todo este sólido decanta e praticamente é retirado na primeira garrafa.

Saúde!

 

Quinta, 06 Outubro 2022 21:55

Blonde da Independência

Blonde da independência.

Achei de dar este nome para esta cerveja pela proximidade das comemorações do bicentenário da independência do Brasil. Mal sabia eu que o termo independência seria muito bem apropriado neste caso.

Inicialmente nada de novo. Como eu ia fazer cerveja no sábado, iniciei o starter na quinta. Dois litros e meio de starter para 2 pacotes de levedura Abbey da Lalleman. Outra coisa foi colocar o ispindel para carregar.

Sábado pela manhã dei a tradicional arrumada no material e uma água nas panelas.

Ao acionar o smartmash veio então a primeira surpresa. O sensor de temperatura não estava funcionando! Com isso, o aparelho marcava -3.5 graus. Isso já aconteceu uma vez e era mal contato do sensor.

Para tudo! Desmonta a linha de gás e abre o aparelho pra ver se consegue arrumar o negócio. Uma hora de tentativas e... nada feito. Não vai ter como usar o aparelho. Eu até poderia ter deixado o aparelho ligado mas como terei que enviar para conserto fiz uma adaptação para poder emendar a linha. (inserir foto).  Neste caso só me restou controlar as rampas manualmente.

Estava inaugurando o novo chuveiro da panela e pude comprovar que deu muito certo embora ainda mereça uns retoques a mais. Ao pegar o Ispindel para prepará-lo para o trabalho, descobri que ele não tinha recarregado depois de dois dias ligado no carregador. Resultado. Tive que trocar a pilha e utilizar a anterior. O problema é que com isso descalibrou por completo o aparelho e eu não teria tempo para regulá-lo.

A mostura correu muito bem e o volume útil acabou sendo muito bom. Um mosto bem limpo, com 1.054 de densidade final e 48 litros no fermentador. Esfriei o mosto até 19 graus e terminei tudo as 6 da tarde. Sobrou um pouco de gelo e eu preparei a serpentina do fermentador, ajustando o termostato pra 19 ºC. No dia seguinte, até as 10 da manhã não havia nenhuma atividade. O airlock calado e a temperatura estagnada em 18.8.  Acho que a levedura estava com frio.

Resultado: Desmonta o kit de refrigeração e aciona o de aquecimento.

Subi a temperatura para 21 graus no fermentador e... Maravilha!!! Ela finalmente acordou.

Cinco dias se passaram e eu gradualmente subi a temperatura até os 23.5 ºC. A cerveja partiu de 1.054 pra 1.012 dando 5.5% de álcool, bem dentro da expectativa.  Agora é baixar a temperatura e passar para o balde.

Deu ao todo 2 baldes com aproximadamente 17 litros e um com 10. Com isso terei mais ou menos 44 litros de blonde.

Ontem diz um testdrive. Carbonatei uns 700ml e provei. Achei ótima. Ainda está meio turva porque tinha só 24 horas de cold crash mas acho que vai melhorar. Botei 0.5g/l de prodooze sc1. Esse negócio é  fora de série.

Sexta vou tirar o balde de 10 litros e carbonatar. Preciso ter outra cerveja na área porque a pilsen está indo rápida demais. 

Então fica aqui a independência. Independência da tecnologia. O equipamento falhou mas o cervejeiro não. Isso porque o show não pode parar.

A única coisa que não saiu tão de acordo foi o nome blonde, que em inglês significa loira. Por conta do malte munich (6 Kg) e um pouco de malte chocolate (80 g) a tal blode ficou tudo, menos loira.  De toda maneira, a cerveja ficou boa.  Quem provou gostou, inclusive eu, é claro.

Segue a receita da Blonde da independência.

Saúde.

Terça, 30 Agosto 2022 21:46

Pilsen de agosto

12 de junho foi o dia dos namorados e eu fiz uma Witbier pra comemorar.  Você pode ver o artigo em Witbier dos namorados. Embora ela não tenha ficado tão boa quanto eu queria, teve muita gente que aprovou. 

De toda maneira, nem só de Witbier vive um cervejeiro.  Precisamos de uma pilsen. 

E porque a pilsen?  Porque pilsen é efetivamente a cerveja que todo mundo gosta.  Mesmo o cervejeiro mais raiz, que come lúpulo com farinha no café da manhã, não dispensa uma pilsen pra rebater os amargores da vida.  A pilsen é que nem arroz com feijão.  Não pode faltar!

Se você reler o artigo da Pilsen da libertação, esta foi feita com o resto da maturação da outra cerveja.  Feito o starter, eu salvei um litro de levedura pra... sei lá, mas salvei.  Além disso, quando engarrafei, salvei o que saiu da maturação e foi isso que eu usei pra fazer o starter desta.

Tudo certo pra começar, peguei aquela lama que saiu do maturador e fiz um novo starter.  Pra minha enorme surpresa, não deu certo. Acreditem voces ou não, depois de 24 horas de starter, nada aconteceu.  Não sei porque o mosto não fermentou e a opção que eu tinha era colocar aquele litro que eu tinha salvo da pilsen da libertação.

Para a minha surpresa, ele funcionou!  E fermentou beleza levando a FG do starter a 5 brix, que daria mais ou menos 1.006.  Se você considerar que saiu de 1.040 foi bastante eficiente. Separei 2 litros e guardei o resto.

Feito o processo, coloquei no fermentador os 2 litros do starter e deixei rolar.  Agora vai!!!

É, mas não foi.  Após 3 dias de fermentação, estamos em 1.022 e não parecia que ia chegar ao desejado.  Foi aí que eu resolvi colocar o que sobrou no fermentador. 

Sabe aquele restinho de levedura que eu tinha guardado?  Pois é.   Foi pra conta!  Botei tudo que tinha e finalmente a cerveja ficou pronta.   Desceu pros 1.009 que eu queira. Tá certo que um acréscimo de temperatura no fermentador deve ter ajudado um pouco, mas uma nova carga de levedura possivelmente acelerou o processo.  A cerveja ficou show de bola.

A grande perda foi não ter sobrado nenhuma levedura pra Pilsen de natal, que se bobear, vou ter que fazer com uma S-189 que tenho aqui.  To pensando até em fazer um starter com ela pra ver se ainda tá funcionando.

A bola da vez é uma blonde, que pretendo fazer dia 3 de setembro em homenagem a Independência do Brasil.  Blonde ale não tem nada a ver com independência, muito menos com Brasil, mas... deixa rolar.  O que importa é a cerveja ficar boa.  O resto é subjetivo.

Segue o link da receita da pilsen 57 litros, que faz sobrar 10 litros para fazer starter.

Terça, 12 Julho 2022 19:58

Witbier dos namorados

Witbier.  Eu adoro este estilo!

É seguramente o estilo de cerveja a base de trigo que eu mais gosto.  Refrescante, aromática, saborosa...  É um espetáculo.  Inclusive eu faço uma que fica muito boa.

Em comemoração ao dia dos namorados, nada melhor que uma bela Witbier!  É, mas nem tudo rola como deveria e eu vou contar o que aconteceu.

A coisa começou não funcionando bem na quinta feira, quando achei de fazer o starter de uma T-58 usada para fazer a segunda Witbier desta cepa.  Esta foi feita em outubro de 2021 após passar mais de 10 meses adormecida no freezer.  Sete meses apenas após o sucesso da Wit do ano passado, coloquei como de costume o starter para iniciar e 24 horas depois, nada aconteceu!  A levedura não deu nenhum sinal de vida e a densidade do starter não baixou nem um pontinho!  Mal presságio!   Resultado. Comprei dois pacotes de T-58 novinhos.

Eu função dos problemas que eu tive de sedimentos com a Red Ale de São João, achei por bem de aumentar a capacidade de filtração do meu equipamento.  Com isso, além do tradicional saco feito com malha ortopédica para o BIAB eu revesti a placa do fundo falso com a malha também, gerando com isso mais 2 elementos filtrantes. (Um por cima da placa e outro por baixo dela)  

Para minimizar o efeito de chafariz que o pires colocado na tampa da panela de mostura, que fez com que a o mosto descesse pela lateral da panela, eu coloquei um pedaço malha.  Com isso o mosto passou a cair verticalmente, me permitindo inclusive abrir a tampa da panela durante a mostura sem ter que desligar a bomba.

A única coisa que eu não pensei foi que, cada elemento deste é um retentor de material e com isso, quando no final da mostura eu tirei o famoso "primeiro mosto", que costuma dar perto de 15 BRIX, o dito apresentava apenas 9 BRIX.  Eu disse 9 BRIX no primeiro mosto, antes da lavagem!  Isso dá aproximadamente 1.040 antes de lavar.  Já pensou a quanto iria depois da lavagem?

A essa altura do campeonato não havia mais nada que eu pudesse fazer a não ser tentar espremer a cama de grãos pra ver se conseguia um pouco mais de suco.  Como último recurso eu adicionei 1 Kg de açúcar e consegui atingir uma OG 1.042, quando o projetado sem o açucar era 1.048.

Passei para o fermentador e coloquei os dois pacotes de T-58.  Levedura nova, mosto de densidade baixa... Tranquilo né.  Não mais que dois dias foram necessários para atingir 1.010, porém esta fermentação foi espichada para sete dias por falta de espaço no freezer.  Eu ainda estava com os baldes da Red Ale de São João e não tinha como transferir os 45 litros produzidos.

Ninguém gosta de falar de seus erros mas vai aqui um alerta.  Com toda a falta de filtração que a Red Ale de São João teve, tudo foi solucionado na fermentação/maturação.  Já esta WitBier ficou linda!  Super transparente...  Mas o trigo, que a deixaria turva, ficou todo retino nas várias camadas filtrantes da mostura e com ele foi-se o sabor da cerveja.  é nessa hora que você descobre que sabor é melhor que aparência. Para dar um pouquinho mais de aroma eu adicionei algumas gotas de essência comestível de limão e para dar um pouco de amargor, umas gotas de extrato de lúpulo Dupappi , no sabor MARACA (maracujá).  Se você abstrair o fato de originalmente ter sido projetada para ser uma Witbier, ela não ficou ruim.  Leve, ligeiramente amarga e com um leve toque cítrico.  Ms pra Witbier... vai uma distância muito grande.

Sorte minha que a minha esposa (namorada) não gosta de cerveja porque seria complicado dizer que fiz isso pelo dia dos namorados.  Um tremendo mico.

Segue a receita original da Witbier

Witbier dos namorados.

 

Quinta, 21 Julho 2022 04:00

Red Ale de São João

 São João passou e nada melhor que uma Red Ale pra acompanhar os quitutes desta época!

A receita é bem básica.  Consiste em praticamente Pilsen e cevada torrada pra escurecer.  Eu adicionei um pouco de malte caramelo pra dar uma pegada maltada.

Como sempre, iniciei na sexta feira com fazendo um starter da S04.  A mesma S04 da APAPORRA, que na época eu não tive coragem de usar.

Estava inaugurando a tampa nova da panela de mostura, que confesso não ficou perfeita.  O retorno da recirculação para a panela joga o liquido de encontro a um pires, que faz com que a cerveja seja projetada para a lateral da panela.  Isso atrapalha muito caso voce tenha que abrir a tampa para ver alguma coisa.  É bom desligar a bomba ou vai acabar se molhando.

A parte ruim do processo foi o corte do saco do BIAB que ficou um pouco curto e com isso a cama de grãos ficou muito no meio, dificultando a filtração do malte.  Boa parte da água passou por fora do saco  e a mostura acabou ficando prejudicada com isso.  Pra tentar melhorar o mosto acabei mexendo demais a cama e a cerveja não ficou muito bem filtrada.

Outro problema foi a quantidade de água.  Estava estreando uma receita nova e acabei colocando pouca água.  Vale lembrar que é sempre bom colocar um pouco mais de água se você utilizar fundo falso.  No meu caso, são pelo menos 5 litros a mais.  Com isso, a relação água/malte tem que ser pelo menos maior que 4.  A mostura ficou meio seca e eu precisei transferir um pouco mais de água da lavagem para a mostura.

Ao transferir para a panela de fervura, eu notei a presença de muito sedimento.  Mas... vamos lá.  Vida que segue!  Resultado.  Um volume um pouco menor que o esperado no fermentador porque não quis prejudicar a qualidade da cerveja por uns poucos mililitros a mais.

A fermentação foi bem rápida.  A S04 é bastante agressiva e em 4 dias estava tudo terminado.  A cerveja saiu de 1.048 pra 1.011 em 3 dias mas deixei mais 4 para garantir.

Feito isso, baixei a temperatura do fermentador utilizando o meu chiller de ferementador.  É uma serpentina que instalei dentro do fermentador, por onde faço passar uma água gelada.  Esta água vem d freezer que está estrategicamente colocado ao lado.  Este equipamento será melhor detalhado em um artigo no "Em casa na panela", posteriormente.  Utilizando este equipamento eu consegui baixar a temperatura de 21 ºC para 8 ºC, sem geladeira.

Quando fui passar para o balde, a surpresa.  Não desce!  A quantidade de sedimento era tão grande que entupiu a saída do fermentador.  Solução?  Inveja CO2 pela saída para desentupir.

Do fermentador para o balde e depois no "test drive" com o carbonator.  Como sou chegado a um certo amargor, acabei adicionando 5 gotas de TetraHop 9% por litro de cerveja. A quem diga que tá mais pra uma Red APA. Hehehe.  Fazer o que, né?  Se não gostou, não bebe.  Eu gostei!

Mais uma vez utilizei o Prodooze SC1.  É realmente impressionante o efeito que ele traz na cerveja.  Apesar de ser uma cerveja escura, dá para ver claramente que ela ficou bem límpida.  A menos que seja uma cerva com característica de turbidez, como Trigo e Witbier, eu pretendo utilizar isso sempre.

Saudações!

Abaixo você poderá baixar os arquivos da receita desta cerveja.

Red Ale de São João

 

 

 

Evento em 13 de agosto, a 100 quilômetros da capital gaúcha, tem sequência de shows

Já se tornou tradição o Festival de Inverno de Cerveja Artesanal, realizado pela ACervA em Estrela (RS), cidade a cerca de 100 km da capital gaúcha. Com uma variedade de opções de cerveja e shows de bandas de rock, a Associação dos Cervejeiros Artesanais de Estrela (ACervA Estrela) realiza em 13 de agosto, a partir das 15h, o 6º Festival de Inverno de Cerveja Artesanal.

O evento tem estandes com cervejarias, oferecendo Pilsen, Weiss, IPA, APA, Stout e Lager, entre outros estilos.

Food trucks com os lanches estão confirmados: Carmelito e Beto e Severo Garage.

No palco:

Rock and Beer
Black Shoes
Beto Rosa e Banda
Billy Brothers
Honky Tonk
Máfia S/A

Serviço

O quê: 6º Festival de Inverno de Cerveja Artesanal
Quando: 13 de agosto de 2022, a partir das 15h
Onde: Salão do Cristo Rei (Rua Julio de Castilhos, 1.320, bairro Cristo Rei, Estrela/RS)

 

Fonte: Revista Beer Art

Quinta, 14 Julho 2022 13:58

Pilsen da libertação

Treze de maio.  Dia da Abolição da Escravatura.  Aproveitei o dia para fazer uma pilsen comemorativa, e um dos motivos era o dia 13 de maio.  O outro era o fato de não ter mais nenhuma cerveja em casa.

E porque da libertação?

Porque até agora eu só tinha feito pilsen com a levedura S-189 e eu queria fazer algo com a Nottingham da pilsen de março.

Se você reler o artigo em questão vai ver que o starter que fiz ficou insuficiente e fui obrigado a adicionar dois envelopes de levedura para terminar a cerveja.

Ela ficou boa e eu acabei lamentando não ter guardado aquela lama.

Dividi a produção em 3 baldes (9, 17 e 18).  O primeiro não deu nem pra saída. Quando fui carbonatar o segundo, notei que tinha muita levedura no fundo do balde.  Quando fui processar o último lote, resolvi que salvaria aquela lama e faria algo com ela.

Esta cerveja foi feita com com a levedura tirada do balde deste último lote da cerveja de março.

Lição aprendida.  Nunca desperdice uma levedura porque ela pode servir para você.

Para ter certeza que não teria problemas, fiz um starter e ele se comportou muito bem.  A levedura recuperada digeriu o açúcar todo e em pouco tempo.  No dia da brassagem, separei perto de 2 litros do starter e guardei um litro.

O resultado foi uma cerveja bem seca.  Saiu de 1.044 e fechou em 1.008.

No final, adicionei umas gotas de lúpulo Pilsen Dupappi(click no link para acessar o anuncio)  que costumeiramente utilizo.  Isso dá um toque mais amargo e melhora a retenção de espuma.

Há pouco eu carbonatei o segundo balde (17 litros).  Este rendeu 28 garrafas e quando for fazer o último vou salvar a levedura e juntar com a reservada anteriormente.

O destaque desta cerveja está na utilização de dois produtos especiais.  Um chamado Clarex, que se propõe aumentar a clarificação e a estabilidade coloidal do líquido.  Com isso ele promete aumentar a durabilidade da cerveja.  Deixei uma garrafa fora da geladeira que pretendo abri-la daqui a uns 4 meses.  Vamos ver se o produto corresponde ao que promete.

O outro produto chama-se Clarificante Prodooze SC1, que fez realmente a diferença.  A cerveja ficou muito muito transparente sem perder o sabor.  A dosagem usada foi de 0,5g por litro.  A dosagem eu fiz utilizando a balancinha de lúpulo, pesando o frasco antes de usar até que seu peso ficasse 9 gramas a menos(18 litros). Após pingar o produto no balde eu misturei a cerveja com a pá cervejeira vagarosamente.

Você pode baixar os arquivos da receita clicando no link abaixo

Pilsen da libertação

 

Terça, 14 Junho 2022 19:17

Você conhece o lowfoam?

Você conhece o Lowfoam?

Não? Não sabe o que está perdendo!

Na realidade você até sabe o que está perdendo, só não ligou o nome a pessoa! Perdendo espaço ou até mesmo cerveja por "cuspir fora" pelo airlock durante a fermentação.

O Lowfoam é um produto que pode ser adicionado durante a fermentação com a função de inibir a formação de espuma, em especial nas Ale, por ser se alta fermentação.

Durante a fermentação é comum a cerveja produzir muita espuma e por conta disso é necessário deixar um espaço (head space) no fermentador para permitir esta expansão.  Com o lowfoam este espaço pode ser muito reduzido.  Para você ter uma ideia, recentemente eu fiz uma cerveja utilizando levedura de pão.  Este tipo de levedura que provoca uma fermentação intensa (3 dias) com alto grau de espuma.  Foram 21 litros inseridos num balde de 22 litros e não houve blowoff ou seja, não houve transbordo. Você não acredita?  Pois pode acreditar.  É impressionante!

Eu moro em Petrópolis e aqui a gente tem uma única loja de insumos cervejeiros.  Chama-se Sampler (www.sampler.com.br).  Eles vendem este milagroso produto por R$ 11,00.  Ele vem com 30 ml que rende aproximadamente 600 litros de cerveja, numa dosagem de 4 gramas por hectolitro.  Não há nenhuma influência na formação da espuma da cerveja ou da retenção dela.  O produto é totalmente eliminado após a fermentação.

Se você faz cerveja em casa sabe bem o que eu estou falando.  Não existe nada mais desagradável que ver a sua cerveja saindo pelo airlock e deixando tudo lambuzado!  Experimente o lowfoam!  Tenho certeza que você não vai se arrepender!

Seguem abaixo alguns links onde você pode adquirir:

https://www.brcraft.com.br/coadjuvante-low-foam-beer/p 

https://www.sampler.com.br/produtos/coadjuvante-lowfoam-30ml/

https://www.piquiribrewshop.com.br/coadjuvante-lowfoam-beer-prozyn-30g

https://www.zythosbrewshop.com.br/produto/661-lowfoam-beer-20ml

Prost!

 

 

Quarta, 06 Abril 2022 14:46

Pilsen de março

30 de março é o aniversário do meu sobrinho.  A família é grande e a gente pretendia fazer um churrasco lá em casa. 

Eu não ia ter cerveja pra isso tudo e pensei:  "Porque fazê-la? Porque não fazê-la? Porque fazê-la? Porque não fazê-la?  Fi-la a!"

Esta é a história da pilsen de março.

A única diferença da pilsen que costumo fazer é que nesta eu achei de utilizar a levedura Nottingham da Lallemand, que veio em um kit que comprei da Lamas Brew Club.  Normalmente eu faço com a S-189 da Fermentis, mas desta vez achei de fazer diferente. 

Primeiro erro.  Nunca troque o time que está ganhando!

Como de costume, peguei 3 litros de mosto base e fiz um starter da levedura 2 dias antes.  Feito isso, separei 2 litros para jogar na cerveja e guardei o litro restante para propagação. 

Dia 20 de março, domingo, fiz a cerveja normalmente.  A receita inclui 7 quilos de malte pilsen, 500g de malte carapils, 2 quilos de arroz cozido e 1 quilo de açúcar cristal na fervura.  Vale lembrar que esta receita é para 57 litros de mosto, dos quais eu retiro dez litros antes de adicionar o lúpulo, que neste caso são 25 gramas de Nugget a 60 minutos.  Feito isso, inoculei os dois litros do starter e esperei iniciar o processo.

Na segunda feira, por volta do meio dia iniciou o processo de fermentação.  Pude acompanhar com o Ispindel e as tímidas borbulhas no airlock.

No quarto dia de fermentação, o densímetro passou o dia inteiro em 1.020 e a atividade no airlock baixou muito.  Achei que a dosagem que fiz da levedura poderia ter sido pouca!

Resultado: Botei o resto de levedura que tinha guardado e não satisfeito, comprei mais 2 envelopes de Nottingham, hidratei e coloquei na cerveja.  Deu resultado! 

No domingo a cerveja já estava em 1.010.  Como havia ainda alguma atividade no fermentado, deixei até terça feira quando a cerveja atingiu o objetivo: 1.008!  Tá fechado.

Tirei para os baldes. Duas porções de 17 litros e um resto por volta de 8 litros.  Botei para maturar e experimentar em 2 dias.

Bem, a família achou por bem de comemorar o aniversário do rapaz na quarta feira mesmo, numa pizzaria e o churrasco foi pro espaço.  Eu carbonatei os oito livros de cerveja do baldinho e vou experimentar agora no final de semana, sozinho.

Segundo erro.  Nunca acredite em combinação de família grande.  Nunca dá certo!

Pelo menos agora eu tenho mais de 40 litros de cerveja pra beber!

Se quiser aparecer aqui...

Saúde!

Você pode baixar os arquivos das receitas desta cerveja.  São 2 versões.  47 e 57 litros.  No arquivo a levedura utilizada é a S-189 da Fermentis que neste caso foi substituída pela Lallemand Nottingham. A versão para 57 litros é usada para produzir 10 litros de mosto, com a finalidade de fazer starter de levedura.

Pilsen 47 litros 

Pilsen 57 litros

 

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